Como escolher seu Protetor Solar Facial?

Os cuidados diários com a pele vão além de uma manutenção com um bom gel de limpeza, antioxidante ou um creme anti-age poderoso, o toque final para que a pele se mantenha íntegra e protegida é o uso contínuo do Protetor Solar, que deve ser usado mesmo em dias nublados. Mas sempre ficamos em dúvida na hora de escolher um protetor ideal para o nosso tipo de pele.

Pensando nisto, levei em conta algumas considerações que você deve se atentar para escolher o melhor produto para o seu caso.

1º Passo – Saber qual o seu Fototipo de Pele

Cada um de nós reage de forma diferente quando expostos à radiação UV na pele. Algumas pessoas se bronzeiam facilmente, enquanto outras, geralmente de pele mais clara acabam com eritema (vermelhidão) ao longo da exposição solar. A causa para que isto aconteça é a quantidade de melanina presente em nossa pele, quanto mais melanina maior será a resistência à radiação UV.

A variação de sensibilidade dos diferentes tipos de pele e a gravidade das queimaduras provocadas pelo sol, fez com que em 1960, Fitzpatrick, um médico da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, criasse uma classificação de biotipos de pele, essa escala é aceita e usada mundialmente até hoje para a classificação dos fototipos da pele:

Escala de Fitzpatrick

Conhecendo qual a sua classificação na Tabela de Fitzpatrick, você sabe os limites de exposição solar, e fica mais fácil escolher qual o melhor FPS (fator de proteção solar) que é nosso próximo passo.

2º Passo – Escolher o Fator de Proteção Solar (FPS)

Os protetores solares foram desenvolvidos no início do século, mas só se popularizaram nos anos de 1970, devido ao aumento assustador de câncer de pele. Para isto foram criados vários Fator de Proteção Solar (FPS), buscando uma solução de proteção para cada tipo de fototipo de pele.

A escala de Fator de Proteção Solar é definida na Dose Mínima Eritematosa (DME), ou seja, no tempo de exposição solar de cada pessoa e por quanto tempo ela consegue ficar protegida da radiação solar usando o protetor solar, sem sofrer danos na pele (vermelhidão e queimaduras).

Em outras palavras; significa que se uma pessoa de fototipo de pele II leva 5 minutos para ficar vermelha e começar a sofrer com o efeito dos raios UV, se aplicar o FPS 15, irá prolongar seu tempo de exposição solar em 15x, ou seja, ficará protegido por até 75 minutos. Já uma pessoa com fototipo de pele IV, com maior resistência aos raios UV, levar 20 minutos para sofrer eritema (vermelhidão), ao aplicar um FPS 15, irá prolongar sua exposição solar em até 300 minutos.

Atenção: ao usar um alto fator de proteção, como por exemplo, FPS 60, não significa que ele protege 4x mais que o FPS 15, mas indica que ele protege 60x mais o tempo que você possui resistência, Dose Mínima Eritematosa (DME).

Saiba aqui a diferença entre protetor solar físico e químico.

3º Passo – Proteção UVA + UVB

UVA (Ageing / Envelhecimento)

Os raios de radiação UVA recebem esse nome, pois a letra A no final vem da palavra da língua inglesa “Ageing”, que significa Envelhecimento. As ondas de radiação UVA penetram profundamente na pele, já que seu comprimento de onda é maior (320 a 400nm), podendo chegar até a derme.

A luz absorvida pela pele provoca reações fotoquímicas que acabam desenvolvendo alterações moleculares que geram danos à pele. Essa absorção de ondas, faz com que os melanócitos (as células que produzem melanina), produzam melanina em excesso, como forma de proteção à estrutura da pele, que consequentemente, reagem pigmentando a epiderme, o que nos dá o bronzeamento. Muitas pessoas consideram o bronzeamento charmoso e passam horas ao sol para conseguir se bronzear, mas o que elas não sabem é que isso é um mecanismo de defesa da nossa pele ao ser atacada com a radiação solar.

O aumento de produção de melanina como defesa, leva à formação de manchas variadas na região atingida, uma vez que a concentração dos pigmentos não se dá de maneira uniforme, ou seja, cada região desenvolve uma quantidade de pigmentação, ocasionando as famosas manchas solares.

A radiação UVA também interage com os fibroblastos dérmicos e é uma das principais causas da degradação das fibras de colágeno e elastina, diminuindo a sustentação, firmeza e elasticidade da pele. Além disso é responsável pelo aumento de oxidação da pele liberando os radicais livres na derme, acelerando o fotoenvelhecimento e ampliando o estresse oxidativo da degeneração do colágeno, causando sulcos e formação de rugas profundas.

Ao longo do tempo, o efeito da radiação UVA cria um espessamento da epiderme, deixando-a com aspecto envelhecido e poroso, afetando também as células de Langerhans (responsáveis pela defesa da pele), que consequentemente podem desenvolver lesões cancerígenas e o aparecimento do câncer de pele.

UVB (Burning / Queimadura)

A radiação solar UVB tem o comprimento de onda menor (na faixa de 290 a 320 nm), por ser mais fraca é absorvida somente pela epiderme - a primeira camada da pele - e responsável pela síntese de Vitamina D, conhecida com a Vitamina do Sol.

A exposição ideal para que ocorra a produção de Vitamina D de maneira saudável deve acontecer sem o protetor solar nos períodos antes das 9h ou após as 17h, durante aproximadamente 15 minutos, lembrando que mais do que isto ou em horários onde a incidência de radiação é maior, pode ocasionar queimaduras e não a síntese de vitamina.

A radiação UVB age diretamente na estrutura dos queratinócitos (as células que formam a barreira epidérmica), alterando seu DNA, o que pode contribuir para o aparecimento do câncer de pele, onde as chances de causar o câncer de pele são altamente maiores que na radiação UVA.

O principal efeito da exposição à radiação UVB é o eritema (vermelhidão) na pele, ela é responsável pelas queimaduras solares, formando bolhas e descamação epidérmica, é de onde vem a letra B do final do seu nome, da palavra em inglês “burning” que significa queimadura.

Agora que sabemos o que é UVA e UVB podemos partir para os rótulos e ver qual protege mais em cada tipo de radiação. Hoje quase todos os protetores são formulados para proteger UVA e UVB, mas o que levar em conta na hora de escolher?

PPD e FPS

PPD

Produtos com maior índice de PPD (Persistent Pigment Darkening), em uma tradução livre, seria a Pigmentação Persistente após a exposição solar. O índice de PPD é o responsável para proteger contra a radiação UVA, que é principal fator de fotoenvelhecimento cutâneo, e quanto maior o índice PPD, maior será a proteção UVA.

Para identificarmos a quantidade de PPD nos protetores solares, quase sempre muito difícil de localizar, temos que buscar o símbolo “+” nas embalagens. Geralmente cada “+” indicado no rótulo significa 1/3 do FPS do produto, ou seja, um protetor com FPS 30, deve ter PPD 10 de proteção. Quanto maior a quantidade do símbolo “+++”, maior será a proteção do produto.

FPS

O Fator de Proteção Solar (FPS) como já vimos anteriormente, é o responsável pela proteção contra os raios UVB, lembrando que temos que levar em conta o fototipo de pele e a Dose Mínima Eritematosa (DME). Quanto maior o FPS, maior será o tempo de proteção sem causar danos.

4º Passo – Tipo de Pele

Um dos fatores mais importante na hora de escolher um protetor solar é saber qual o seu tipo de pele, pois muitas vezes usamos produtos que não foram formulados para nossa pele, devido à falta de informação e o classificamos (erroneamente) como um produto de má qualidade.

A classificação dos tipos de pele se dá da seguinte maneira:

Pele Normal: considerada uma pele em equilíbrio lipídico, é uma pele onde não há excesso de oleosidade, mas não também não é muito seca.

Pele Seca: o termo “seco” é utilizado para descrever uma pele impossibilitada de reter água no volume necessário. Produz lipídios em baixa quantidade e por conta disto, não consegue reter umidade, tornando-a “seca” e vulnerável a influências externas, como poluição, radiação solar e temperatura.

Pele Oleosa: a pele oleosa é caracteriza pela produção desregulada de lipídios, devido a esse fator são mais propensas à acne, poros visíveis e brilho excessivo.

Pele Mista: a pele mista possui maior concentração de lipídios na Zona T (teste, nariz e queixo), porém nas bochechas é considerada normal a seca.

Agora que temos as informações básicas e necessárias, podemos escolher qual protetor solar será o mais ideal para nossa pele. Lembrando que caso você possua alguma alergia, manchas de pele ou alguma alteração cutânea, consulte a orientação do seu dermatologista, pois ele irá orientar qual o melhor produto para o seu caso.

• Lembre-se que quanto maior o FPS, mais resíduos químicos deixamos na pele ao longo da aplicação, e melhor deve ser a limpeza da pele no final do dia. O uso de géis de limpeza e água micelar são muito úteis para a remoção do residual dos protetores.

MINHAS SUGESTÕES

ANTHELIOS AIRLICIUM – FPS70 – COM COR – LA ROCHE POSAY

Indicação:

Ideal para pele oleosa ou acneica, sensível ao sol. Possui textura gel-creme com cor, toque limpo, leve e de rápida absorção. A pele é protegida e todas as causas do brilho (oleosidade e umidade) são controladas, proporcionando uma sensação de pele limpa e fresca durante todo o dia.

Com alta proteção, possui micropartículas matificadoras encapsuladas com 99% de ar, assim, não pesa sobre a pele, oferecendo um controle perfeito do brilho toda vez que a pele produz oleosidade ou umidade.

Benefícios:

• Alta proteção UVB/UVA;

• FPS 70;

• PPD 35 (++);

• Textura gel-creme, toque limpo e leve;

• Rápida absorção.

NORMALIZE – FPS 50 – ADA TINA

Indicação:

O protetor solar é indicado para peles com acne, com poros abertos, excesso de brilho e oleosidade. Além de proteger de maneira eficaz a pele contra os raios nocivos do sol, ainda trata a pele. Controla a oleosidade, redução os poros abertos, ajuda a combater a acne e diminui o brilho da pele. Protege a pele por até 12 horas.

Benefícios:

• FPS 50;

• PPD 17 (++) alta proteção;

• Reduz o brilho e a oleosidade da pele;

• Protege contra os raios UVA e UVB;

• Não contém fragrância e parabenos;

• Dermatologicamente testado.

Em breve farei outro post com mais indicações e vou falar sobre a diferenças entre os protetores físicos e químicos.

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Até mais,

Samuel Stecca

Cosmetólogo

Manipulador de Medicamentos e Cosméticos

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